segunda-feira, 6 de abril de 2009

REGIÃO SUL - Entrevista On Line com Jorge Botelho

PS tenta conquistar Tavira 12 anos depois

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Região Sul, 2009.04.06

Tavira é um dos dois concelhos do Algarve cuja disputa eleitoral autárquica não vai contar com recandidatura do edil em funções (o outro concelho é Aljezur). Pelo PS vai tentar ganhar a Câmara o actual director distrital do Centro Regional de Segurança Social do Algarve, Jorge Botelho.

Em entrevista online ao Região Sul, conduzida pelo jornalista João Vargues, o candidato analisa 12 anos de PSD na Autarquia e explica o que quer para a cidade.

PERFIL - Jorge Manuel do Nascimento Botelho, 41 anos, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Fez estágio da Ordem dos Advogados e exerceu na cidade de Tavira. Tem uma pós-graduação em Gestão Empresarial pela Universidade do Algarve. É Inspector Principal da carreira de Inspecção Superior da Segurança Social. Entre 1996 e 2000 foi vogal do Conselho Directivo do Centro Regional de Segurança Social do Algarve, passando a director distrital entre 2001 e 2002 e desde Maio de 2005. A nível autárquico, desde 1997, é membro da Assembleia Municipal de Tavira. É também membro da Assembleia da Comunidade Inter-Municipal do Algarve, e presidente da concelhia do PS/Tavira.

Região Sul: Como analisa os 12 anos de mandatos do PSD em Tavira?

Jorge Botelho: Nos 12 anos de mandato do PSD em Tavira verificou-se um crescimento do Concelho em termos urbanos e uma visibilidade do mesmo em termos jornalísticos e de comunicação social. Foram contruídos um conjunto substancial de loteamentos e blocos de apartamentos que, ajudaram a descaracterizar o concelho, nomeadamente em freguesias como Conceição e Cabanas.

Realçar as iniciativas culturais e de preservação do património histórico que teve realce positivo, já que existiram meios financeiros para tal. Por outro lado cometeram-se um conjunto de erros, já que a baixa da cidade foi encerrada ao trânsito, prejudicando de forma grave o comércio tradicional, as acessibilidades estão desordenadas e as taxas municipaias caracterizam-se por ser as mais altas do Algarve, bem como o preço da água e saneamento, cujos preços são os mais caros.

RS: Mobilidade urbana foi uma das áreas anunciadas como prioritárias pelo PS local. Que problemas encontra nesta área em Tavira e como tenciona resolvê-los?

JB: Fundamental para a cidade e o Concelho, nomeadamente para a sua dinâmica comercial é de facto a mobilidade. É preciso combater eficazmente a desertificação humana e económica da cidade de Tavira, que efectivamente já se verifica, resultado de medidas erradas tomadas no tempo da actual vereação.

É preciso de forma urgente abrir a baixa da cidade ao trânsito, para que as pessoas acedam mais facilmente ao centro da cidade, é necessário proceder imediatamente a um estudo de trânsito global da cidade, que fomente as acessibilidades e a dinâmica económica, é necessário criar parques de estacionamento na baixa da cidade que permitam o afluxo de pessoas ao mesmo e acima de tudo é necessário fomentar medidas que levem pessoas ao Centro da cidade, em ambas as margens para que todos possam usufruir do Gilão, da ponte romana, da cidade em si, da sua arquitectura, das suas gentes simpáticas e hospitaleiras.

RS: Outra das preocupações anunciadas pelo PS-Tavira prende-se com a dinamização do pequeno comércio. Objectivamente, o que pretende fazer nesse sentido?

JB: Este é sem dúvida um desafio, já que o pequeno comércio em Tavira terá brevemente um grande superficie no concelho. Por isso é necessário incentivar as pessoas a comprar no comércio tradicional, por uma relação de proximidade com as pessoas.

Todavia é necessário reordenar as acessibilidades do trânsito, de forma a que quem cá vive e quem nos visita conheça ou tenha possibilidade de conhecer a baixa da cidade. É necessário dinamizar o comércio da baixa e é necessário tomar medidas que incentivem o comércio tradicional. Pretendemos criar um nova dinâmica para o baixa, de forma a combatermos a desertificação que hoje se verifica e o grande desânimo dos comerciantes, que veêm enfraquecer os seus negócios.

RS: Com o actual momento de crise, a área social é uma preocupação transversal a todos autarcas e candidatos a autarcas. O facto de estar profissionalmente ligado a essa área poderá ser uma mais valia em relação a outros? Se sim, porquê?
JB: Sem dúvida que a minha experiência e sensibilidade para a área social se traduzirá no futuro numa mais valia para as pessoas do concelho de tavira. Está previsto para breve uma transferência de competências sociais, que neste momento estão com a Segurança Social, isto é, na minha actual gestão, para as autarquias locais.

Esta é desde logo uma vantagem, pois a adaptação destas novas competências a nível local deve ser feita imediatamente, para que os cidadãos não tenham quebras num apoio que neste momento é prestado pela Segurança Social e que passarão paras as Câmaras, ao nível da própria vida das pessoas e de apoios imediatos para situações de carência familiar.

Por outro lado, a Segurança Social aprovou um conjunto de equipamentos sociais para Tavira, que agora começarão as obras e que é necessário que a autarquia tenha os meios financeiros e técnicos direcionados para a sua construção. também neste campo de alargamento das respostas sociais considero-me uma mais valia para Tavira, uma vez que tenho estado ligado à construção de respostas sociais nos últimos anos.

RS: Se vencer a corrida autárquica quais serão as primeiras mudanças estratégicas a efectuar relativamente à filosofia do anterior executivo?

JB: Queremos mudar desde logo o paradigma do exercício do poder autárquico em Tavira no que diz respeito à relação entre a Vereação, o Presidente e os Tavirenses, humanizando e facilitando esta interacção, com uma postura mais próxima da população e das suas necessidades, recebendo e ouvindo os munícipes quando eles necessitarem.

A importância está nas pessoas e o poder autárquico deve estar ao serviço destas. Por outro lado, deverá ser definido um novo rumo para Tavira em termos desenvolvimento económico, que se deverá virar para o mar, para as actividade náuticas e requalificando as suas zonas ribeirinhas e frente de mar, de forma a que possamos ser atractivos para o turismo, com melhores oportunidades para os que cá vivem. Iremos fomentar o pequeno comércio, abrindo o trânsito da baixa em primeiro lugar e promovendo um estudo geral sobre acessibilidades da cidade e das suas freguesias.

Tavira tem uma riqueza histórica e cultural que deve potenciar, e um património arquitectónico singular que deverá atrair quem nos visita e ser motivo de orgulho para quem cá vive.

RS: Que outras linhas orientação quer desde já destacar daquele que será o seu programa eleitoral?

JB: Melhorar as taxas de cobertura dos equipamentos sociais em Tavira, de forma a que todas as famílias tenham uma resposta social no seu concelho (creches, pré-escolar, ATL, lar de idosos, apoio domiciliário, pessoas com deficiência, cuidados continuados...), em parceria com as instituições de solidariedade do concelho.
- dar condições ao parque escolar e à comunidade educativa para o exercício das suas funções
- apoiar as instituições culturais do concelho
- apoiar as instituições desportivas do concelho
- promover eventos no concelho durante todo o ano e ter no Verão uma programação de qualidade.
- Agilizar os procedimentos adminitrativos da Câmara, de forma a uma celeridade nas respostas ao cidadão e aos agentes económicos

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